Heavy metal |
Informações gerais |
Origens estilísticas | Blues-rock
Rock psicodélico |
Contexto cultural | Final da década de 1960 no Reino Unido e Estados Unidos |
Instrumentos típicos | Bateria, baixo, guitarra, vocal, Teclado |
Popularidade | Mundial |
Subgêneros |
Avant-garde metal, black metal, death metal, doom metal, folk metal, groove metal, power metal, prog metal, speed metal, thrash metal, gothic metal, alternative metal, glam metal, industrial metal, metalcore, neo classical metal, stoner metal, symphonic metal |
Gêneros de fusão |
Alternative metal - Crust punk - Drone metal - Folk metal - Funk metal - Grindcore - Grunge - Industrial metal - Metalcore - Neo-classical metal - Nu metal - Post-metal - Rap metal - Sludge metal |
Cenas regionais |
Austrália - Bay Area - Brasil - Grã-Bretanha - Metal cristão - Alemanha - Finlândia - Estados Unidos |
Outros tópicos |
Bandas |
O
heavy metal (muitas vezes referido apenas como
metal[1]) é um gênero do
rock[2] que se desenvolveu no fim da
década de 1960 e no início da
década de 1970, em grande parte, no
Reino Unido e nos
Estados Unidos.
[3] Tendo como raízes o
blues-rock e o
rock psicodélico, as bandas que criaram o gênero desenvolveram um espesso, maciço som, caracterizada por altas distorções amplificadas, prolongados solos de
guitarra e batidas enfáticas. O
Allmusic afirma que "de todos os formatos do
rock 'n' roll, o heavy metal é a forma mais extrema, em termos de volume,
machismo, e teatralidade".
[4] No Brasil também é chamado
rock pauleira.
As primeiras bandas de heavy metal como
Led Zeppelin,
Black Sabbath e
Deep Purple atraíam grandes audiências, um atributo comum em toda a história do gênero. Em meados da
década de 1970, o
Judas Priest ajudou a impulsionar a evolução do gênero suprimindo muito da influência do
blues presente na primeira geração do metal britânico;
[5][6][7] o
Motörhead introduziu agressividade e fúria nos vocais, influência do
punk rock, e uma crescente ênfase na velocidade. Bandas do "
New Wave of British Heavy Metal" como
Iron Maiden seguiram a mesma linha. Antes do final da década, o heavy metal tinha atraído uma sequência de fãs no mundo inteiro conhecido como
"metalheads" ou
"headbangers" e também como
"metaleiros", embora dentro do universo ou subcultura do heavy metal o termo seja considerado bastante pejorativo e repudiado por alguns dos apreciadores do gênero.
Na década de 1980, o
glam metal se tornou uma grande força comercial com grupos como
Mötley Crüe. O Underground produziu uma série de cenas mais extremas e estilos agressivos: o
thrash metal[8] invadiu o cenário com bandas como
Anthrax,
Megadeth,
Metallica e
Slayer, enquanto outros estilos como o
death metal e o
black metal permaneceram como fenômenos da subcultura do metal. Nos anos 1980, ainda foi criado o
power metal, com bandas como
Helloween e
Blind Guardian.
Desde meados da
década de 1990, populares estilos como
alternative metal e suas vertentes mais famosas:
industrial metal,
rap metal e
nu metal, muitas vezes incorporam elementos do
hip hop e
funk. Já o
metalcore, que combina
hardcore punk com
metal extremo, tem alargado ainda mais a definição do gênero.
Características
O heavy metal se caracteriza tradicionalmente por guitarras altas e distorcidas, ritmos enfáticos, um som de baixo-e-bateria denso e vocais vigorosos.
[9][10][11][12] Os subgêneros do metal tradicionalmente enfatizam, alteram ou omitem um ou mais destes atributos. Segundo o crítico do
New York Times Jon Pareles, "na
taxonomia da
música popular, o heavy metal é a principal subespécie do
hard rock - o tipo com menos
síncope, menos
blues, com mais ênfase no espetáculo e mais força bruta."
[13] A típica formação da banda inclui um
baterista, um
baixista, um
guitarrista base, um
guitarrista solo e um
cantor, que pode ou não também tocar algum dos instrumentos.
Teclados são por vezes usados para enriquecer o corpo do som;
[14] as primeiras bandas de heavy metal costumavam usar um
órgão Hammond, enquanto
sintetizadores se tornaram mais comuns posteriormente.
A
guitarra elétrica e o poder sônico que ela projeta através dos
amplificadores foi, historicamente, o elemento chave do heavy metal.
[15] As guitarras frequentemente são tocadas com
pedais de distorção, por meio de
amplificadores de tubo com bastante
overdrive, criando um som espesso, poderoso e "pesado". Um elemento central do heavy metal é o
solo de guitarra, uma forma de
cadenza. À medida que o gênero se desenvolveu, solos e
riffs mais sofisticados e complexos tornaram-se parte integral do estilo. Guitarristas usam técnicas como
sweep-picking e
tapping para tocar com mais velocidade, e diversos estilos do metal enfatizam demonstrações de
virtuosismo. Algumas bandas influentes do gênero, como
Judas Priest e
Iron Maiden, têm dois ou até mesmo três guitarristas que partilham tanto a guitarra base quanto a solo. Uma característica importante é o uso de
escalas pentatônicas, exemplificado em bandas como
Led Zeppelin,
Deep Purple,
Black Sabbath.
[16]
O papel principal da guitarra no heavy metal frequentemente colide com o papel tradicional de líder da banda (
bandleader) do vocalista, o que cria uma tensão musical à medida que os dois "disputam pela dominância" num espírito de "rivalidade afetuosa".
[14] O heavy metal "exige a subordinação da voz" ao som geral da banda. Refletindo as raízes do metal na
contracultura da
década de 1960, uma "demonstração explícita de emoção" é exigida dos vocais, como sinal de autenticidade.
[17] O crítico
Simon Frith alega que o "tom de voz" do cantor do metal é mais importante do que as letras.
[18] Os vocais do metal variam enormemente de acordo com o estilo, do enfoque teatral, abrangendo múltiplas
oitavas, de
Rob Halford, do Judas Priest, e
Bruce Dickinson, do Iron Maiden, até o estilo rouco de
Lemmy, do
Motörhead, e
James Hetfield, do
Metallica, chegando até ao
urro gutural de diversos vocalistas de
death metal.
O papel de relevo do
baixo também é crucial para o som do metal, e o intercâmbio entre o baixo e a guitarra formam um elemento central do estilo. O baixo fornece o som grave necessário para tornar a música "pesada".
[19] As
linhas de baixo do metal variam enormemente em termos de complexidade, desde a manutenção de um simples
ponto pedal grave até servir como "alicerce" para os guitarristas, dobrando riffs e
licks complexos juntamente com as guitarras base e/ou ritmo. Algumas bandas contam com o baixo como um instrumento solo, um enfoque popularizado pelo baixista
Cliff Burton, do Metallica, no início da
década de 1980.
[20]
A essência da bateria do metal consiste em criar uma batida alta e constante para a banda, usando a "trifeta da velocidade, força e precisão".
[21] A bateria do metal "requer uma quantidade excepcional de resistência", e os bateristas do estilo têm de desenvolver "destreza, coordenação e velocidade consideráveis para tocar os padrões complexos" utilizados no metal.
[22] Uma técnica característica da bateria do metal é o
abafamento do prato, que consiste na percussão de um prato seguida pelo seu silenciamento imediato, através do uso da outra mão (ou, em alguns casos, da própria mão que o percutiu), produzindo uma curta emissão sonora. O
setup da bateria do metal geralmente é muito maior do que o que é utilizado em outras formas de
rock.
[19]
Nas performances ao vivo o
volume - "um ataque sonoro", na descrição do sociólogo Deena Weinstein - é considerado vital.
[15] Em seu livro
Metalheads, o psicólogo Jeffrey Arnett se refere aos shows de heavy metal como "o equivalente sensorial da guerra."
[23] Logo após os primeiros passos dados por
Jimi Hendrix,
Cream e
The Who, as primeiras bandas de heavy metal, como
Blue Cheer, estabeleceram novos marcos em termos de volume. Segundo o próprio vocalista do Blue Cheer,
Dickie Peterson, "tudo o que sabíamos é que queríamos mais força."
[24] Uma crítica de um show do Motörhead de 1977 registrou como "o volume excessivo figura com destaque particular no impacto da banda."
[25] Segundo Weinstein, da mesma maneira que a
melodia é o principal elemento da
música pop e o
ritmo é o principal foco da
house music, som, timbre e volume poderosos são os elementos-chave do metal; o volume excessivo teria como intenção "varrer o ouvinte para dentro do som", fornecendo-lhe uma "dose de vitalidade jovial".
[15] A fixação do heavy metal com o volume foi satirizada no documentário de
comédia This Is Spinal Tap, no qual um guitarrista de metal alega ter modificado seus amplificadores para "irem até o onze".